O Auditório CCOP esgotou (e uivou) para receber a estreia de Wolf Manhattan.
O lançamento do single e do disco de Wolf Manhattan coincidiram com ressurgimento da Irreversível. João Vieira foi a 1ª entrevista e o disco rolou bastante por aqui. Acaba por ser, naturalmente, um dos discos 2022 para a Magazine. Faltava confirmar ao vivo que o novo alter-ego de João Vieira era mesmo aquilo que parecia ser.
A estreia em palco de Wolf Manhattan estava a terminar, para trás estava quase uma hora de folk-garage-indie-rock, transparente e despretensioso. A sala, cheia, respondia ao Lobo num ambiente intimista que acabou por estar criado, numa bela sintonia, e eu pensava: “Isto vai bater em tanto lado, apareçam os palcos!“
Sinto que há um par de temas deste disco que amanhã se vão tornar músicas numa qualquer publicidade. Sinto que há um outro par de temas deste disco que amanhã vão fazer parte de uma qualquer OST. Sinto ainda que este projeto não está a ter o reconhecimento imediato, o airplay, o buzz, que merece, nada de mal quanto a isso, acontece tanta vez e, no fundo, eventualmente só vai valorizar ainda mais o trabalho. Talvez os palcos, porque este projeto merece os mais diversificados palcos, cabe em qualquer lado, amplifiquem a projeção do uivo.
Simples, nada simplório. Direto, nada tosco. De complexo só a persona. Rock para ouvir com os vidros do carro abertos a acompanhar o pôr-do-sol à beira mar, ou, noutra forma, para ouvir no Club enquanto arriscas um pé de dança. Gostei ainda mais de Wolf Manhattan ao vivo do que em disco.
O concerto terminou com um grupo de crianças, que estavam na audiência, em cima do palco a dançar e pular com o Coelho, o Unicórnio, o Lobo e restantes companhias musicais (Fernando Sousa e André Tentugal).
Wolf Manhattan é para públicos Rock dos oito aos oitenta e para os mais diversos menus.
*foto de capa © Pedro Vasco Oliveira