Uma espécie de alquimia, fusão de música e palavra, degustação simbiótica. Pairam questões e flutuam reflexões. Tudo excessivamente degustado sem contra-indicações, como um pós-ébrio, daqueles com Bocas Que Sabem a Papéis de Música.
Bocas Que Sabem a Papéis de Música (106) | Haikus por LSM, Delírio em Hamilton
Considerada poesia contemplativa, um Haiku é uma criação poética factualmente breve e descritiva. Traduz um momento, um instante no tempo e deixa espaço livre à imaginação.
Originário do Japão durante o séc. XVII, foi primeiramente considerado um jogo de palavras ou ideias e só com Matsuo Basho é que assume a categoria de “Literatura”. Desenvolveu-se, sem que fosse necessário aumentar a sua extensão, até ao ponto de ser capaz de expressar sentimentos de uma profundidade inimaginável. Incorpora uma das ideias da cultura tradicional japonesa: “Se o homem faz parte do mundo natural, então deverá ser capaz de integrar harmoniosamente esse mundo!”.
Cada palavra funde-se com precisão na outra. A sua essência é o “corte”, um kiru, a justaposição de duas imagens ou ideias e um kireji, uma “palavra que corta” entre elas, uma marca de pontuação oral que sinaliza o momento da separação e destaca a forma como os elementos justapostos se relacionam. Um haiku tradicional possui 17 sílabas, os On, distribuídas por três versos simples, com 5, 7 e 5 On, respectivamente. On refere-se à contagem de sílabas fonéticas e significa “som”.
Autoria, Locução & Realização: Lady Jane Doe & Retroneofora
Produção: O Mau Produtor
Editorial:
Semanalmente, aos Domingos na Irreversível, Bocas Que Sabem A Papéis De Música