Uma espécie de alquimia, fusão de música e palavra, degustação simbiótica. Pairam questões e flutuam reflexões. Tudo excessivamente degustado sem contra-indicações, como um pós-ébrio, daqueles com Bocas Que Sabem a Papéis de Música.

Bocas Que Sabem a Papéis de Música (160) – Impressões (in)Digitais

Uma impressão digital é a chave de identidade, mas não guarda segredos íntimos. O avanço tecnológico da condição humana coloca-a em permanente contacto com o digital. Contextualizando, “impressões digitais” remetem imediatamente à identidade única, marcam uma presença física. Com o prefixo “(in)”, cria-se um jogo de palavras e desafia-se a percepção tradicional com uma ideia de dualidade que subsiste ao teste do tempo. Assumem um perfil virtual, com uma agenda de tarefas online, em redes sociais numa crescente digitalização do quotidiano. São “impressões“, são registos de existência no espaço digital. No mínimo serão mais efêmeras e sujeitas a manipulação.
A tecnologia molda percepções, memórias e, não raras vezes, a noção de realidade. Não é simples abandonar os sistemas em rede e estabelecer um equilíbrio e, simultaneamente, uma tensão, entre o tangível e o virtual, o permanente e o transitório, o individual e o coletivo. Tudo isto, tão desejável quanto verdadeiramente dispensável. Neste episódio do BQSAPDM, fiquemos por simples impressões.

Autoria, Locução & Realização
Lady Jane Doe & Retroneofora

Jingle:
Jorge da Rocha (Música) & Peter de Cuyper (Locução)

Produção
O Mau Produtor

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