Uma espécie de alquimia, fusão de música e palavra, degustação simbiótica. Pairam questões e flutuam reflexões. Tudo excessivamente degustado sem contra-indicações, como um pós-ébrio, daqueles com Bocas Que Sabem a Papéis de Música.

BOCAS QUE SABEM A PAPÉIS DE MÚSICA (137) – O Fim da Asfixia

O BQSAPDM está de regresso após uma pausa unicamente imposta por desígnio natural. Esteve ausente das lides corporativas mas o tempo da bonança termina e em breve viu-se de volta à tempestade. A grande questão vai ser como arrancar o vazio de dentro. Não conseguiu evitar um certo amargo de boca que facilmente se transformou num psicológico tumulto gástrico e num fisiológico imperativo para a verbalização em catadupa. Sentiu a incontinência ou o impulso para fazer transbordar as palavras. Deixar saber. Não voltar a esquecer. Lembrar. Ciente de que uma vez abertas, as entradas dariam acesso ao entendimento do vazio. Avistou a passagem à clarividência. A materialização será um produto de confronto interno. A dissonância. A verdadeira desdita encontrou-a na escolha do meio, do processo. São sempre demasiadas pazes para fazer. É sempre a ameaça a pairar onde não era suposto desvendar-se. A exigência e a urgência para desculpar e resgatar desculpas de volta. Os pontos finais sucedem os de exclamação. São as palavras a reclamar um salvamento. O fim da asfixia.

Autoria, Locução & Realização
Lady Jane Doe & Retroneofora

Produção
O Mau Produtor

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