Uma espécie de alquimia, fusão de música e palavra, degustação simbiótica. Pairam questões e flutuam reflexões. Tudo excessivamente degustado sem contra-indicações, como um pós-ébrio, daqueles com Bocas Que Sabem a Papéis de Música.

BOCAS QUE SABEM A PAPÉIS DE MÚSICA (126) – Parece Que Nem Aquece, Nem Arrefece

Parece que nem aquece, nem arrefece. Mas arde e derrete. É praticamente impossível estimar a temperatura, nem mesmo com recurso ao dispositivo de medição mais sofisticado, rigoroso e da maior precisão. As gélidas marcas deixadas após um ataque imprevisto à autodeterminação são agonizantes queimaduras que tanto podem ser provenientes do calor violento como do frio extremo. São escaldões de fogo ou de gelo.
O programa de hoje será duro e cáustico. O sentido que atribuímos às palavras só existe porque existe um outro sentido opositor, o seu contraste. O BQSAPDM lança uma perseguição fervorosa à palavra “tortura” para corroer amarras sejam elas de que natureza forem. Um dia conseguiremos exterminá-la de todo e qualquer léxico só com sarcasmos. “Quis saber quem sou / O que faço aqui / Quem me abandonou / De quem me esqueci / Perguntei por mim / Quis saber de nós.”. Parece que nem aquece, nem arrefece quando a temos, mas se “E Depois Do Adeus” à tortura, dermos um pouco mais de valor à liberdade é certo e sabido que terá valido a pena.


Autoria, Locução & RealizaçãoLady Jane Doe & Retroneofora
ProduçãoO Mau Produtor

Editorial:
Semanalmente, aos Domingos na Irreversível, Bocas Que Sabem A Papéis De Música.

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