Uma espécie de alquimia, fusão de música e palavra, degustação simbiótica. Pairam questões e flutuam reflexões. Tudo excessivamente degustado sem contra-indicações, como um pós-ébrio, daqueles com Bocas Que Sabem a Papéis de Música.
Bocas Que Sabem a Papéis de Música (146) – Topografia de um Retalho
Chegado ao episódio 146, a abordagem a uma qualquer questão de ordem política ou customizada em postulados estadistas nunca se apresentou. Em bom abono da verdade foi sem o mínimo esforço que as foi fintando. Nem quando dispôs de recursos expressivos, nem quando foi arrebatado por dotes para o figurativo, sentiu um mísero estímulo que fosse, um que se revelasse capaz de provocar o tópico. Não estava predisposto a elaborar demagogias, populismos eleitoralistas, nem mesmo prosódias sobre factos. É bastante provável que o facto de dar como adquiridas certas conquistas seja a razão para se manter agnóstico, para se abster do comentário político… e sem necessariamente ter assumido uma posição apolítica.
A democracia está a ser retalhada e não tarda nada está um perfeito frangalho. E depois lá vem o bando de carpideiras, os vaticinadores da desgraça. Como se a desgraça já não fosse hilariante e deprimente quanto baste. Oh inclemência! Oh martírio! Enfim, o drama, a tragédia… o HORROR!
O BQSAPDM deteve-se por momentos a projetar o cenário que se instalaria caso a democracia decidisse bater com o portão da quinta… “Nem casos, nem casinhos”, será apenas uma visão possível da topografia de um retalho.
Autoria, Locução & Realização:
Lady Jane Doe & Retroneofora
Jingle:
Jorge da Rocha (Música) & Peter de Cuyper (Locução)
Produção:
O Mau Produtor
