O duo Nova-iorquino actuou no Auditório CCOP pela mão da Crowdmusic.
Os Tempers tocam synth-pop de espírito shoegazer, do atmosférico ao dark, generosamente temperado de post-punk. Durante a actução fiquei com a impressão que tinham saído de uma longa-metragem, ao estilo Lynchiano, que se desenrola num futuro espaço-tempo. No entanto, as raízes do projecto estão nitidamente no electro e no pop do final dos 70´s e que percorre os 80´s.
Jasmine Golestaneh e Eddie Cooper construiram uma gradação neste concerto. Arrancaram devagarinho, melodiosos, sugestionando o espectador a um ambiente introspectivo, tudo isto suportado pela voz de Jasmine, que comprovou ao vivo os atributos vocais que lhe são reconhecidos. Terminaram enérgicos, dançáveis, ao melhor estilo de uma (saudosa) Sinergy Party na Swing, deixando o público (pareceu-me estar casa cheia ou muito perto disso) visivelmente ávido por mais.
Uma ideia transparece desta excursão que os Tempers nos ofereceram do seu horizonte musical, o espaço que separa o adamado do bruto é um intervalo por vezes muito curto. E o duo domina correctamente essa manipulação, quer nas letras quer no som, tendo demonstrado que estão maduros e experimentados para palcos maiores e surpreender novas audiências.
Fotografia de capa: Tempers © António Alte da Veiga