“Selva“, o terceiro disco de originais dos Quadra, foi editado hoje e já se encontra disponível em todas as plataformas de streaming.
Este novo trabalho dos Quadra tem como base o indie-pop com influências de música de dança, principalmente house music e disco, mas também se encontram outros estilos mais orientados para a indie-eletrónica ou eletro-rock. Para além da diversidade de estilos, “Selva“, destaca-se também pelas participações de Miguel Santos (Omie Wise) em duas músicas: no primeiro single “Tropicália” e na faixa “Sahara“, Gonçalo Ferreira (Travo) no segundo single “Solar Explosion“, Ronaldo Fonseca (Peixe-avião) na “Tigre de Papel” e Gilliano Boucinha (Paraguaii e Tyroliro) na faixa “Oculto“.
A Irreversível antecipou o lançamento e esteve à conversa com a banda:
Quadra
(…) não aproveitas as marés, mas também não ficas refém delas.
Irreversível – Olá, Malta! Obrigado pela vossa disponibilidade para esta entrevista. Parabéns pelo novo disco! Espero apanhar-vos ao vivo brevemente. Este é o vosso 3ª disco de originais, quais as maiores mudanças desde o 1º álbum para este “Selva“?
Quadra / Hugo – Temos evoluído muito ao longo dos anos, acho que devido a vários fatores, idade, entrada de elementos durante estes anos e a consolidação dos elementos a partir do momento do lançamento do 2º álbum “Chili“, que nos coloca numa possibilidade de criar canções com alguma identidade Pop, algo que nunca seria possível nos primeiros esboços da banda ao nível do EP e do primeiro álbum. A evolução apesar de tudo tem sido extremamente orgânica, nunca houve grandes esforços para fazer isto ou aquilo, naturalmente fomos percebendo aquilo que queríamos fazer, onde nos sentimos mais confortáveis e onde achamos que temos mais potencial para concretizar algo com identidade e com impacto. Tem sido um percurso de evolução sempre para mais, é um caminho mais longo, mas de consolidação mais sólida quando não procuras fazer igual a X ou Y, não aproveitas as marés, mas também não ficas refém delas. Temos feito o nosso percurso e penso termos apesar das mudanças que foram ocorrendo temos um som que nos identifica.
Acho que este álbum é o nosso álbum mais conceptual. O nosso “Random Access Memories” (Daft Punk). Chegamos a um lugar em que felizmente as pessoas gostam de trabalhar connosco e temos 5 músicas em 7 com voz. Qualquer uma delas podia ser um single. É sem dúvida o nosso melhor trabalho. Muito sólido, muito vibrante e penso que atinge sem meios termos, aquilo que a se propõe.
Irreversível – Qual é o conceito por detrás do título “Selva”…?
Quadra – “Selva” é o álbum conceptual de Quadra, é feito de opostos e contradições é a nossa própria ecologia musical, não lhe escapa extremos musicais e mesmo, como podem perceber, temos músicas com instrumentais que podem transmitir uma energia completamente oposta á letra da música. E isso é fascinante. O single “Tropicália” apresenta essa ideia da melhor maneira. É o calor e é a chuva. Vai do 8 ao 80 e sem perder a sua identidade tal como a Selva.
Irreversível – Vocês vão tocar em nome próprio no Theatro Circo e vão passar pelo Primavera Sound… quais as expectativas para esta tour de apresentação do disco?
Quadra – As expetativas são sempre as mesmas. Ter bons momentos, partilhar o que gostamos de fazer em conjunto e guardar as melhores memórias disto tudo. No fundo é isso que fica.
Irreversível – Como é o vosso processo criativo?
Quadra – É step by step. Normalmente parte de uma ideia rítmica, que pode levar uma ou outra ideia melódica simples que não condicione o próximo elemento a intervir, muito rapidamente 70%, 80% da ideia estrutural fica concretizada. Pode passar para o baixo ou para a guitarra. Naturalmente existe uma sequência de “entrada” de elementos em que cada elemento decide a sua parte a tocar, e pode levar a avanços e recuos. Depois acaba num trabalho de estúdio muito mais exigente em que tudo é trabalhado no sentido dos arranjos de teclas e ás vezes trabalhar mais uma vez a estrutura da música.
A parte de tocar ao vivo surge só depois. Já nos conhecemos muito bem, percebemos logo o que resulta ou não ao vivo, portanto já sabemos muito bem se o que produzimos acaba por ter representação live de qualidade.
Irreversível – Esperam alguma evolução nas músicas do novo disco quando as tocarem
ao vivo?
Quadra – Sim, claro que sim. As músicas ao vivo têm uma interpretação própria. E quanto mais as tocamos mais vida própria vão ganhando.
Irreversível – Quais são as vossas fontes de inspiração?
Quadra – Neste momento inspiramo-nos no que já fizemos e no que queremos fazer. Somos 5 pessoas com influências completamente diferentes. Mas sabemos o que Quadra é o que pode ser. É esse feeling inexplicável cheio de cinzentos e partilhado que leva o projeto para a frente.
Irreversível – Pessoalmente detesto rotular bandas. É quase sempre limitativo, mas por vezes é necessário fazê-lo. Se tivessem de explicar o tipo de som que fazem, como o descreveriam?
Quadra – Indie Pop, Pop alternativo, Indie Dance, Indie rock com influências House e Disco.
Irreversível – O que é irreversível?
Quadra – O tempo e a oportunidade de fazer algo quando achamos que devemos fazer. O melhor é fazer e seguir em frente.
Datas de apresentação:
03 de junho – MusicBox, Lisboa
08 de Junho – Primavera Sound Porto
21 de julho – Ti Milha
03 de agosto – Festival Ponte D´Lima
25 de agosto – Theatro Circo, Braga
26 de agosto – Absurda Art Fest
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