Marc Ribot, Tó Trips, Nicolas Gourault, João Pimenta Gomes e The Selva, entre outros, para ver até Setembro.
Com a chegada do verão e o programa jul-set, as temperaturas do pátio exterior do gnration voltam a subir com a nona edição do Julho é de Jazz e o ciclo Cinema no Pátio.
Já não há Julho sem jazz, tanto que verão no gnration é sinónimo de jazz com o já habitual Julho é de Jazz. A nona edição do ciclo que apresenta alguns dos nomes mais referentes do jazz moderno volta a dividir-se por duas vésperas de fim de semana. A 6 de julho, quinta-feira, o Julho é de Jazz abrirá com o guitarrista norte-americano Marc Ribot e o seu trio Ceramic Dog, que conta com o baterista Ches Smith e o baixista Shahzad Ismaily. Após cinco discos, o trio regressa aos palcos para apresentar o novo “Connection”, com saída marcada para o mês que visita Portugal. No dia seguinte, a 7 de julho, sexta-feira, é a vez do contrabaixista português André Carvalho que, juntamente com André Matos (guitarra) e José Soares (saxofone), dará a conhecer o segundo volume de “Lost in Translation”, uma série de trabalhos inspirados no universo das palavras intraduzíveis. Na véspera do fim-de-semana seguinte, a 13 de julho, quinta-feira, o baterista João Lencastre apresenta uma homenagem ao jazz que leva a palco alguns dos melhores músicos nacionais da atualidade, num autêntico supergrupo. Ricardo Toscano (saxofone), Nelson Cascais (contrabaixo), Pedro Branco (guitarra), João Bernardo (sintetizadores) e João Pereira (bateria) compõem este sexteto de Lencastre, na dose e medida certa para uma celebração a três lendas que definiram a forma do jazz que estaria para vir: Thelonious Monk, Herbie Nichols e Ornette Coleman. No último dia do Julho é de Jazz 2023, a 14 de julho, sexta-feira, o gnration apresenta um encontro entre a trompetista portuguesa Susana Santos Silva e a pianista eslovena Kaja Draksler, duas das mais interessantes e originais artistas da música improvisada europeia. Após dois discos gravados ao vivo, na Culturgest e no Copenhagen Jazz Festival, Susana e Kaja prometem fechar o ciclo com chave de ouro. O passe-geral para o Julho é de Jazz custa 25 euros. Os bilhetes para Marc Ribot’s Ceramic Dog custam 15 euros e os restantes concertos do programa tem um custo de 7 euros cada. Os concertos arrancam às 22 horas.
Já no programa regular de música, o gnration apresenta o músico bracarense Palas, no âmbito do programa de apoio à criação artística local Trabalho da Casa. Palas estreará em palco o seu primeiro disco, “Tons de Pele”. Já a 22 de setembro, o guitarrista português Tó Trips, figura lendária da música nacional, dará a conhecer o novo disco, “Popular Jaguar”. A fechar o programa, a 29 de setembro, o trio The Selva, composto por Ricardo Jacinto (violoncelo), Gonçalo Almeida (contrabaixo) e Nuno Morão (bateria e percussão), apresenta o novíssimo disco “Camarão-Girafa”, editado pela editora portuguesa Clean Feed.
No programa de exposições o artista visual e músico João Pimenta Gomes apresenta “Two Virgins”, um novo trabalho onde dá a conhecer duas novas peças sonoras que partem da ideia de um falso stereo e onde utiliza um sistema de síntese modular Eurorack. A instalação estará patente de 14 de julho a 30 de setembro na galeria zero. A entrada é gratuita.
Já na galeria um, o artista visual e realizador francês Nicolas Gourault apresenta uma exposição composta por cinco peças baseadas no conceito de tempo, criadas de forma independente, que vão desde curtas-metragens a instalações multimédia ou simulações de computador em tempo real. A exposição estará patente de 22 de setembro a 18 de dezembro. A entrada é gratuita.
De 8 a 16 de setembro, o gnration exibirá também os quatro projetos artísticos vencedores da nona edição do programa de apoio à criação artística Laboratórios de Verão, destinada a artista e coletivos do distrito de Braga e desenvolvida em parceria com o CIAJG – Centro Internacional das Artes José de Guimarães.
Nas quintas-feiras de agosto, o gnration exibirá ao ar livre quatro filmes com curadoria pelo realizador português Eduardo Brito. Na edição deste ano, o ciclo Cinema no Pátio debruça-se sobre as metáforas da natureza que podemos encontrar no cinema. “Fevereiro” (Kamen Kalev, 2021), “Memória” (Apichatpong Weerasethakul, 2022), “Feliz como Lázaro” (Alice Rohrwacher, 2018) e “Trinta Lumes” (Diana Toucedo, 2019) são os filmes a exibir. As sessões têm entrada livre e arrancam às 21:30.
Com foco no programa online, o ciclo de programação órbita trará mais dois novos trabalhos, resultantes de encomendas artísticas que estabelecem pontes com o programa presencial do gnration, nos domínios da música, arte e tecnologia. A 4 de julho, numa parceria com a Culturgest e o Canal180, o terceiro capítulo de Jogo Cruzado coloca a artista visual portuguesa Ana Carvalho a criar um filme a partir de uma composição musical da artista multidisciplinar e afrofuturista Xexa, e o compositor, cantor, poeta e multi-instrumentista norte-americano Ben LaMar Gay a musicar um filme da artista visual Sophie Clements. Já a 20 de setembro, o gnration exibe um espetáculo único gravado ao vivo em dezembro do ano passado, que juntou em palco o produtor Vessel, a violinista Rakhi Singh e o quarteto Pluris Ensemble. Os trabalhos podem ser visualizados no site do gnration, canal YouTube e redes sociais.
Também para o universo online, gnration apresentará mais uma conversa do ciclo realizado com curadoria pela Holo, plataforma editorial e curatorial canadiana que desenvolve trabalho nas trajetórias emergentes da arte, ciência e tecnologia. “Alt.history” apresenta oradores internacionais que se debruçam sobre a relação entre memória e cultura digital. A 13 de setembro, o convidado é Burak Arikan, artista turco que trabalha com redes de dados complexas e explora economias políticas, infraestruturas descentralizadas e tecnologia de blockchain.
Os bilhetes para o trimestre jul-set 2023 podem já ser adquiridos em gnration.bol.pt, balcão gnration e locais habituais.
*foto de capa © Gonçalo Delgado