“Lacuna“, de Inês Condeço, está disponível desde 1 de Janeiro no bandcamp e em todas as plataformas digitais desde 19 de Janeiro.
Inês Condeço é uma artista independente que utiliza piano, voz e sintetizadores, como instrumentos centrais. Editou o seu álbum de estreia, “Lacuna“, no início deste ano, sendo este trabalho o resultado do desenvolvimento da linguagem da autora no último ano e encaixa-se dentro da música experimental, ambiente e electrónica.
O disco chegou à Irreversível como tantos outros, um email enviado pela Inês. Como faço (quase) sempre, fui espreitar. Acabei a ouvi-lo do princípio até ao fim. Deixei passar um par de dias e voltei à carga. Enquanto ouvia “Lacuna” pela 2ª vez respondi à Inês. Necessitava de conhecer mais e melhor…
Acabou por resultar num álbum muito contrastante e diferente do que tinha planeado.
Inês Condeço
Irreversível / Francisco Barros – Olá Inês, muito obrigado pela disponibilidade para esta entrevista e parabéns pelo disco. Qual foi a motivação para a criação deste projecto?
Inês Condeço – Agradeço as palavras e a possibilidade de dar esta entrevista! Este projecto surgiu no ano passado da necessidade de explorar uma linguagem própria que me permitisse expressar de uma forma clara e genuína. Depois de ter estudado piano, música clássica, durante tantos anos, queria explorar outras sonoridades. A electrónica e a voz acabaram por se juntar ao piano de uma forma natural.
Irreversível – Como foi o processo criativo para a criação das composições e como decorreu depois a gravação?
Inês Condeço – A composição e gravação do álbum foram feitas durante as três primeiras semanas de Dezembro. Foram dias e noites a trabalhar muito intensamente neste álbum. Antes de entrar para estúdio tinha desenvolvido alguns esboços, mas, na altura de gravar, abandonei todas as ideias e acabei por seguir caminhos diferentes que me fizeram mais sentido no momento, influenciada pelo que se passa no mundo e a forma como o sinto. Muitas memórias e experiências pessoais ganharam também muita intensidade nesses dias e acabaram por ser uma parte essencial na composição das músicas. Acabou por resultar num álbum muito contrastante e diferente do que tinha planeado.
Irreversível – Esperas alguma evolução nas músicas quando as tocares ao vivo?
Inês Condeço – Ao vivo as músicas sofrem algumas alterações. É uma performance bastante estruturada mas também com espaço para muita improvisação e espontaneidade.
Irreversível – Quais são as tuas fontes de inspiração?
Inês Condeço – Diria que as viagens, as pessoas e o mundo são as minhas maiores inspirações. A nível musical são muito diversificadas, passam por vários géneros musicais. Mas diria que, neste momento, inspiro-me em vários artistas, entre os quais Holland Andrews, Nils Frahm e Marina Herlop.
Irreversível – Pessoalmente detesto rotular artistas ou bandas, é quase sempre limitativo, mas por vezes é necessário fazê-lo. Se tivesses de explicar o tipo de som que fazem, como o descreverias?
Inês Condeço – Essa questão é difícil porque o álbum é bastante contrastante. Mas diria que passa por música electrónica, experimental, ambiente, alternativa, neoclássico…
Irreversível – O que é irreversível?
Inês Condeço – Irreversível é o papel central que a música tem na minha vida. É a forma que tenho de expressar as minhas emoções e de as partilhar com as pessoas.
Datas de apresentação de “Lacuna“:
25 de Fevereiro – ZDB
24 de Março – BOTA
18 de Abril – Casa do Comum
14 de Março – SMUP – Inês Condeço & Pedro PMDS
Projeto de música experimental e improvisada, com voz, electrónica, tape, sintetizadores e poesia, com lançamento previsto do álbum ainda este ano.
*Foto de capa: Inês Condeço © Idalécio Francisco