Os MДQUIИД foram o projecto revelação 2023 da cena indie-underground nacional. Editaram o 1º disco e começaram a surpreender públicos por todos os palcos onde passavam.

A Irreversível foi apanhando o trio, primeiro no Ano Malfeito – “É por aqui que passa o futuro da modernidade rock nacional” – e depois no Party.Sleep.Repeat. – “(…) deram-lhe uma das mais consistentes tareias sónicas que tive o prazer de presenciar nos últimos tempos“. Seguiram-se uma série de concertos um pouco por todo o país, a pergunta que mais ouvia era: “Onde é o próximo concerto dos MДQUIИД?“.
No final do ano estivemos com os MДQUIИД para uma flash-interview vídeo depois do gig na Socorro, numa matiné da Saliva Diva. Nesse dia ficou combinado uma entrevista mais longa para os conhecer um pouco melhor.
O disco “Dirty Tracks for Clubbing” é também um dos discos do ano 2023 para a Magazine.
Entretanto, assinaram pela Fuzz Club Records e anunciaram uma Winter Tour, assim como um conjunto de datas a abrir para A Place to Bury Strangers.
Eles contam (quase) tudo:


não há uma regra, cada música vai de acordo com o momento.

MДQUIИД


Irreversível / Francisco Barros – Olá e muito obrigado pela disponibilidade para esta entrevista com a Irreversível. Como surgiram os MДQUIИД e qual o conceito que vos levou a criar o projecto?
MДQUIИД – Obrigado Francisco e obrigado pelo convite! Vamos a isto!
Não havia conceito, só se fosse o de “recreio”, não havia essa ideia de criar uma banda, na altura do lockdown passávamos muito tempo a tocar juntos, sem grande seriedade. O projeto surgiu, sem percebermos, dessa assiduidade. Os nossos backgrounds musicais também são muito similares e acabamos só por juntar tudo.

Irreversível – Editaram no início deste ano o 1º disco de originais “DIRTY TRACKS FOR CLUBBING“. O lançamento do disco passou mais ou menos despercebido, mas quando o começaram a tocar nos palcos a reação do público foi extremamente positiva.
Quais as maiores diferenças dos MДQUIИД em estúdio para aquilo que fazem ao vivo?
MДQUIИД – Há pouca diferença, pois no estúdio estamos com o mindset de tocar ao vivo e, ao vivo, estamos com o mindset de tocar no estúdio. Falta um pouco de disciplina em estúdio o que faz o nosso processo ser muito de “momentum“.

Irreversível – Apanhei-vos pela 1ª vez no “Ano Malfeito“, depois seguiram-se vários até ao mais recente “Não se passa nada às Segundas” na Socorro. Vocês demonstram sempre, independentemente do palco, uma energia particular nos vossos concertos. O que vos mantém com esse nervo e essa pica toda?
MДQUIИД – Acho que todos nós subimos ao palco com a intenção de curtir ao máximo o gig, é algo natural, a música tem esse efeito.

Irreversível – Os títulos dos vossos temas são bastantes peculiares, à 1ª pensei que fosse grafia Braille, e até pode ser, corresponderia a 1 – 3 – 8 – 7. Existe algum conceito por detrás disto ou foi apenas uma simplificação a fugir do normativo?
MДQUIИД – Foi uma simplificação, no início as músicas eram apenas instrumentais e começamos por chamá-las só de 1-2-3-4. A ideia depois desenvolveu para os pontos e houve uma vontade de fugir às reticências. daí surgiu “. .. :. ::

Máquina. © Pulsar
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Irreversível – Como é o vosso processo criativo?
MДQUIИД – O processo criativo vem muito de jams que tocamos, quando damos o “lock” num groove e a partir daquilo temos alguma ideia para trabalhar em volta e perceber o caminho da música.
As letras aparecem às vezes durante o processo, às vezes já há coisas escritas, ideias e pequenos “sketches” que vão encaixando junto, não há uma regra, cada música vai de acordo com o momento.

Irreversível – Quais são as vossas fontes de inspiração?
MДQUIИД – Para além das bandas que ouvimos e filmes que vemos, que influenciam sempre a nossa estética, as nossas maiores fontes de inspiração são, sem dúvida, as pessoas com quem nos vamos cruzando e quem nos é mais próximo.

Irreversível – Assinaram pela Fuzz Club Records e anunciaram uma tour com os A Place to Bury Strangers, quais as expectativas?
MДQUIИД – Estamos ansiosos para lançar esse segundo álbum pela Fuzz Club que sairá ainda neste primeiro semestre, acho que para o final de Janeiro vamos fazer bons anúncios.
E também com A Place to Bury Strangers as expectativas são grandes, queremos dar esse rolê com eles e curtir bastante, estamos ansiosos para meter o pé na estrada, essa é nossa primeira tour lá fora então é aproveitar, conhecer sítios novos e botar o pessoal todo a dançar.

Irreversível – Pessoalmente detesto rotular artistas ou bandas, é quase sempre limitativo, mas por vezes é necessário fazê-lo. Se tivessem de explicar o tipo de som que fazem, como o descreveriam?
MДQUIИД –
Hahahaha, essa é tricky pois curtimos de chamar de “dirty disco” ou “body music“,
no bandcamp há uma tag de “rhythmic noise” acho que encaixa bem, mas sempre acabamos por dizer que gostamos de juntar krautrock, ebm, techno e noise.

Irreversível – O que é irreversível?
MДQUIИД – O tempo (que demoramos para responder essa entrevista >.<)


Todas as fotos MДQUIИД © Pulsar

Actualização:

Máquina tour



Novo disco MДQUIИД:

bandcamp

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