Os NYOS estiveram em tour por Portugal pelas mãos da ABSA.
A Irreversível assistiu ao concerto no Maus Hábitos – Porto e esteve à conversa com a dupla finlandesa:
Irreversível – (…) Antes de mais, obrigado pela vossa disponibilidade para esta entrevista. Tenho de começar por perguntar o porquê de terem uma canção chamada “Aveiro”, assumindo que é sobre a cidade portuguesa?
NYOS – Muito obrigado! Estamos super excitados por estar novamente em Portugal, adoramos vir até cá… Estávamos a escrever o disco na estrada e divertimo-nos tanto em Aveiro que decidimos dedicar a música à cidade.
Irreversível – Lançaram o novo álbum este ano e têm estado em digressão a apresentá-lo. Sentem que têm o álbum que queriam? Ou os palcos transformaram as músicas?
NYOS – Estamos realmente satisfeitos com o álbum. Com o tempo tem sido mais fácil sentirmo-nos realizados com a vibe que procuravamos. É como uma fotografia do momento em que estávamos. Alias, na realidade, aconteceu o mesmo com todos os nossos álbuns. As músicas, sem dúvida, vivem as suas próprias vidas em palco e evoluem nos detalhes… Também já nos estamos a preparar para fazer um novo albúm … Estamos ansiosos por isso!
Irreversível – Como é o vosso processo criativo… e de onde vem essa veia toda?
NYOS – É apenas liberdade de expressão e abraçar o que queremos com a música, sem limites. Gostamos de nos divertir sempre que fazemos música e esperamos que isso se note.
Irreversível – Quais são as vossas fontes de inspiração?
NYOS – Inspiramo-nos muito em abraçar a curiosidade… desfrutar de coisas simples como a Natureza, conversas, ou até na interacção social…
Irreversível – Pessoalmente detesto rotular bandas, é quase sempre limitativo, mas por vezes é preciso fazê-lo. Se tivéssem de explicar a alguém o tipo de som que fazem, como o descreveriam?
NYOS – Também detestamos. Não há necessidade de rótulos, apenas fazemos a música que gostamos e curtimos.
Irreversível – O nome NYOS vem de um lago “assassino” nos Camarões. Porque motivo escolheram este nome para a banda?
NYOS – Queríamos encontrar um nome que representasse o poder e a imprevisibilidade da natureza, e com todo o respeito por aqueles que sofreram, NYOS pareceu-nos uma escolha perfeita.
Irreversível – O que é irreversível?
NYOS – O amor.
NYOS é uma efusão com volume no máximo! Uma derrama de sentimentos, expressos apenas na guitarra de Tom Brooke e na bateria de Tuomas Kainulainen. Estando a palavra ausente, a definição das sensações e sentimentos fica a cargo do ouvinte/espectador.
Conhecia o duo, já tinha ouvido os discos, nomeadamente o Navigation, misturado por Mandy Parnell (Björk, Aphex Twin, Sigur Ros). Todavia, esta estreia nos concertos de NYOS levou-me várias vezes ao tremor. NYOS contam histórias, fazem-nos viajar, pintam aguarelas e grafitam paredes.
Sempre que os ouvia em disco, tinha dificuldade em colocar a música que fazem em alguma definição-rock. Perguntei declaradamente isso mesmo ao duo na entrevista, e eles não me ajudaram nada…
Agora, depois do concerto, entendo e respeito muito bem a resposta deles: “Não há necessidade de rótulos, apenas fazemos a música que gostamos e curtimos.“. E isso nota-se no palco.
NYOS fazem música visceral, do profundo ao violento, do intenso ao delicado. Por vezes complexa, mas genuína. Rock do mais autêntico que podemos ter.