Chegamos ao recinto do festival durante a tarde com o objectivo de mergulharmos, não no Rio Lima, mesmo que nos apetecesse muito perante o calor intenso que se fazia sentir em Portugal nesse fim-de-semana, mas sim no ambiente do evento.

A Irreversível tinha estado presente na conferência de imprensa de lançamento do neo festival que decorre em Ponte de Lima. Logo nesse dia ficamos a entender duas coisas. A 1ª é que por motivos de agenda infelizmente não poderíamos estar presentes ao longo dos 3 dias. A outra, é que perante todo o cenário, desde o local e gastronomia até ao line-up, constituído por nomes de créditos firmados e pela aposta em escolhas com o que de melhor se faz actualmente no panorama nacional, este era um evento com tudo para dar certo. Confirmamos tudo isto na nossa visita durante o 3º dia.

Festival Ponte d’Lima © Pulsar
Festival Ponte d’Lima © Pulsar

Chegamos ao recinto do festival durante a tarde com o objectivo de mergulharmos, não no Rio Lima, mesmo que nos apetecesse muito perante o calor intenso que se fazia sentir em Portugal nesse fim-de-semana, mas sim no ambiente do evento. E assim fizemos. Começamos por esquadrinhar todos os espaços e fomos à descoberta, aproveitando para, ao mesmo tempo, fazer um Vox Pop entre o campismo, elementos da organização e o tão desejável Rio Lima.
Nestas coisas, quando nos estamos a divertir, o tempo passa sempre demasiado rápido, entretanto as portas do festival já estavam abertas e o 1º concerto do dia estava prestes a começar. O arranque ficou a cargo dos Jepards, banda que continua, e bem, a apresentar o seu LP A Study on the Behaviors of the Inebriated” (2022) pelos mais diversos palcos e que confirmou que a estrada é o local onde se podem fazer notar.

Jepards © Pulsar
Jepards © Pulsar

Jepards © Pulsar
Jepards © Pulsar

Depois da primeira injecção rock, como que para “acordar”, seguiram-se os Cassete Pirata. “A Montra“, disco de estreia lançado em 2019, foi considerado um dos melhores do ano da música nacional um pouco por toda a imprensa e blogosfera, pelo meio apareceu uma pandemia mundial que impediu que o justificado hype se mantivesse pelos palcos nacionais. Em 2021 a banda lançou um novo longa-duração, “A Semente“, e têm continuado bastante activos, tendo editado já em 2023 um novo single. Neste dia em Ponte de Lima, com o sol a começar a desaparecer, terá sido a oportunidade perfeita para se darem a conhecer a quem ainda não tinha apanhado o indie-rock de espírito groove dos Cassete Pirata. Foi uma espécie de sunset groovy-rock que encaixou perfeito em todo o cenário.

Cassete Pirata © Pulsar
Cassete Pirata © Pulsar

Cassete Pirata © Pulsar
Cassete Pirata © Pulsar

Cassete Pirata © Pulsar
Cassete Pirata © Pulsar

Com o sol já escondido e com a noite a envolver o ambiente do festival, foi fácil notar que o recinto tinha enchido e que os Linda Martini iam ser muito bem recebidos em Ponte de Lima. A banda que anda a comemorar em 2023 os “20 anos de merda e ouro“, foram revisitados pela mão do Gonçalo Morgado aqui na Magazine durante o Party. Sleep.Repeat.: “Estão numa forma invejável e são uma máquina de debitar hinos uns atrás dos outros (…)“. Confirmo as palavras do Gonçalo e quase que não vale a pena acrescentar mais nada para não entrar em redundâncias. Foram mesmo extremamente bem recebidos e proporcionaram um concerto que, por mais edições que o neo Festival Ponte d’Lima venha a ter, será certamente recordado, quer pela especificidade da tour20 anos de merda e ouro“, quer pela trombada de competência rock. Se há por ai alguém a quem os Linda Martini suscitem dúvidas, preferências pessoais à parte, será certamente por distração ou má-vontade.

Linda Martini © Pulsar
Linda Martini © Pulsar
Linda Martini © Pulsar
Linda Martini © Pulsar

Pelo meio deste concerto, enquanto a dupla de foto e vídeo trabalhava para a Magazine ter estas fotografias e vídeos todos bonitos, fomos chamados pela comunicação do festival. O David Bruno, que ia entrar em palco após o concerto de Linda Martini, estava disponível para uma entrevista com a Irreversível.
Impossível passar ao lado deste momento sem o destacar em conformidade. Mais do que a Magazine ter sido bem recebida por David Bruno & Cª, que demonstraram total disponibilidade e muito boa disposição, parecia que todos já nos conhecíamos há muito tempo. É mais fácil, nesta coisa de escrever crónicas e/ou criar conteúdos, esconder preferências. É mais fácil permanecer equidistante, só que isso evidentemente não é verdade, nem nós, enquanto Magazine, pretendemos isso. Para quê navegar em zonas cinzentas se podemos destacar as cores?

David Bruno © Pulsar
António Bandeiras, David Bruno, Irreversível e Marco Duarte © Pulsar

David Bruno © Pulsar
David Bruno c/ Marco Duarte e António Bandeiras © Pulsar

No final da entrevista e enquanto os Linda Martini terminavam a sua pujante actuação, ficamos pela zona de imprensa em conversa com amigos destas vidas do rock. O tópico, tão premente, foi a situação do “Stop“. Não será aqui nesta crónica que vou abordar este tema com a profundidade necessária, mas referir que já no Rodellus este assunto era comum, latente e recorrente, nas conversas. É uma matéria que está no topo da actualidade para quem, como nós, está directa e indirectamente envolvido nesta questão. Como escreveu o Ricardo Santiago: “Eu, tu, todos que somos público, também somos vítimas do despejo sem antecipadamente existir soluções.” Se podia nesta crónica não escrever palavra sobre esta questão? Podia, mas não era Irreversível.

David Bruno subiu ao palco numa tarefa que poderia ser considerada complicada. Afinal estava encaixado entre uns super-Linda Martini e os cabeças de cartaz Wolfmother. Acho que o David Bruno e quem o acompanha em palco não quis saber disso para nada. Foi evidente e percetível que não lhes fez diferença absolutamente nenhuma, agarraram palco, público e festival, com firmeza, fizeram a cena deles, e deram um show em Ponte de Lima. Música entretenimento muito bem executada. Concerto entretenimento muito bem executado. É uma festa com uma palete de cores bem variada e que diverte até o mais deprimido, basta estares minimamente disponível para isso que és levado na onda.

David Bruno © Pulsar
David Bruno © Pulsar

David Bruno © Pulsar
David Bruno (Marco Duarte) © Pulsar

David Bruno & Marco Duarte © Pulsar

David Bruno © Pulsar
David Bruno (Antóno Bandeiras) © Pulsar

Durante o Vox Pop que fizemos à tarde, Wolfmother foi a banda mais referenciada. O recinto estava à pinha e chegar aos lugares mais perto do palco era tarefa, não vou dizer impossível porque cheguei lá, mas era necessária alguma motivação para furar por entre a multidão ansiosa.
Chegaram e descarregaram Rock ‘n’ roll. O que escrever mais sobre uma banda que dispensa qualquer tipo de apresentação? O destaque seria se as altas expectativas não fossem confirmadas. Foi o momento maior deste dia. E segundo as conversas que fui tendo, foi mesmo o momento maior da 1ª edição do Festival Ponte d’Lima.

Wolfmother © Pulsar
Wolfmother © Pulsar

Wolfmother © Pulsar
Wolfmother © Pulsar

A pedrada rock dos Wolfmother foi pesada, consistente e corpulenta, porém a equipa Irreversível andava em non-stop mode desde o meio da tarde e o cansaço era notório, no entanto este cronista já tinha perdido vezes demais o concerto que Moullinex anda a oferecer um pouco por todo o país em 2023. A música conheço-a bem, mas deste gig que Moullinex preparou e anda a apresentar só tinha relatos. Foi tudo confirmado, é muito bom, um nível muito elevado e que me leva a escrever que o mundo é muito grande, tenho a convicção que este concerto tem tudo para dar certo noutras latitudes e longitudes.

Moullinex © Pulsar
Moullinex © Pulsar

Já não ficamos para o que se seguiria e viemos embora ao som da festa que os Gin Party Soundsystem normalmente oferecem. Em resumo, o 3º dia da 1ª edição do Festival Ponte d’Lima foi um sucesso.

Festival Ponte d’Lima © Pulsar
Festival Ponte d’Lima © Pulsar

Concluo esta crónica mencionando que ao final da tarde, entre concertos, a comunicação social foi convocada para uma conferência de imprensa onde a organização fez um balanço desta 1ª edição e apresentou a 2ª edição do Festival Ponte d’Lima. Aproveitamos a oportunidade e estivemos à conversa com Jorge Dias (produtor executivo) numa entrevista que podes ver aqui e ficar a conhecer as datas para 2024 e os primeiros 4 nomes que foram avançados.

Festival Ponte d’Lima © Pulsar
Festival Ponte d’Lima © Pulsar


*foto de capa David Bruno (Marco Duarte) © Pulsar

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