Depois de 3 anos de interregno, o festival que nasce em homenagem a Luís Fernandes Lima está de volta a S. João da Madeira para celebrar a primeira década de existência. Linda Martini, Fogo Fogo, Gala Drop e Yakuza, são os primeiros nomes que começam a compor o cartaz da 10ª edição.
A Irreversível teve a oportunidade, ainda antes do cartaz totalmente fechado para esta edição, de trocar umas ideias com a Associação Cultural Luís Lima, organizadora do Party. Sleep. Repeat.
estamos especialmente orgulhosos por termos conseguido transformar o que foi um momento de merda, como a perda de um amigo, num momento de festa e celebração que se tornou muito maior que do que alguma vez imaginamos ser possível (…)
Irreversível – Muito obrigado pela disponibilidade para esta entrevista. Ao fim de 3 anos sem Party. Sleep. Repeat. que surpresas e/ou mudanças podemos esperar?
Associação Cultural Luís Lima – Antes de mais, obrigado nós pelo convite! O Party. Sleep. Repeat. está finalmente de volta e, conforme tem sido hábito ao longo dos últimos dez anos, estamos a trabalhar para que seja um momento marcante para quem nos visita e também para a própria cidade de São João da Madeira. Quanto a surpresas e mudanças, para já preferimos dizer que há coisas que não mudam (e ainda bem!), especialmente a nossa vontade de continuar a celebrar a vida do Luís Lima, um amigo que faleceu em 2012 vítima de cancro e em honra de quem o festival é realizado, e apoiar as causas sociais que mais nos são próximas – a Liga Portuguesa Contra o Cancro e uma iniciativa local de apoio a famílias em dificuldades Apadrinhe Esta Ideia.
Irreversível – Quais os maiores destaques na programação desta edição?
ACLL – Os maiores destaques desta edição serão a música e a celebração da vida e da amizade, como é apanágio deste festival desde 2013. Com mais força ainda, após esta ausência de três anos!
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– Os maiores destaques musicais desta edição serão os Linda Martini, que estão a celebrar 20 anos de carreira com a tour Merda e Ouro, David Bruno, Fogo Fogo, Gala Drop, Yakuza e mais nomes que estão ainda por anunciar ao público. Estabelecendo o paralelismo da tour Merda e Ouro com o próprio festival, estamos especialmente orgulhosos por termos conseguido transformar o que foi um momento de merda, como a perda de um amigo, num momento de festa e celebração que se tornou muito maior que do que alguma vez imaginamos ser possível e da qual sentimos vontade partilhar com todos.
Irreversível – Quais são as expectativas para este regresso do Party. Sleep. Repeat. ?
ACLL – A nossa expectativa é que as pessoas tragam e demonstrem toda a saudade que sentiram do Party. Sleep. Repeat. ao longo destes três anos de paragem. Foram-nos chegando mensagens de pessoas a perguntar quando voltaríamos e têm sido espetaculares as reações quando anunciamos que o festival está de volta!
Esperamos também que se juntem a nós pessoas que nunca estiveram no Party. Sleep. Repeat. e que venham experimentar e sentir o quão diferente é este festival. Além disso, estamos a contar com a afluência do público para conseguir receitas de bilheteira que nos permitam continuar a ser generosos com as causas sociais que apoiamos.
Irreversível – O Party. Sleep. Repeat. pretende ser o festival que marca o início dos Festivais de Verão, ou pretende ser o principal Festival de Primavera? Ou nada disso…?
ACLL – A marca que nos importa dar ao Party. Sleep. Repeat. é aquela que o Luís deixou em nós – a de uma amizade construída com base em amor, música, arte e celebração, sem nunca esquecer a solidariedade.
Poder celebrar o Luís com uma festa feita das coisas que ele mais gostava e ver esta celebração
transbordar muito mais além do que é o círculo alargado de família e amigos, é algo que ultrapassa o mero festival de música e que torna o Party. Sleep. Repeat. tão diferente.
Irreversível – Que elementos diferenciadores tem o Party. Sleep. Repeat. ?
ACLL – Antes de mais, o cartaz. Em cada edição procuramos apresentar uma montra atual do rock alternativo português e, cada vez mais, internacional. Tentamos também diferenciar na programação de maneira a apresentar bandas consagradas e bandas em ascensão.
Depois, o local: a icónica Oliva Creative Factory. Um complexo industrial transformado numa moderna incubadora de empresas locais e regionais, rodeado de blocos industriais decadentes do que foi um dia um complexo industrial que empregou milhares de pessoas.
Finalmente, a solidariedade, que se materializa na doação de receitas de bilheteira a causas sociais.
Suportado nestes três elementos, acreditamos que o ambiente especial de proximidade e união que se vive no festival é o que realmente mais nos diferencia. Acreditamos mesmo que, sendo organizado sem fins lucrativos mas meramente com o propósito final de celebrar o Luís, o ambiente que aqui se vive não tem paralelo noutros festivais.
Irreversível – Que tipo de obstáculos e/ou dificuldades encontram para a realização do festival?
ACLL – A Associação Cultural Luís Lima, organizadora do festival, é uma associação sem fins lucrativos em que todos os membros são voluntários. Portanto, o festival é feito com base na disponibilidade de um grupo de pessoas que têm outros trabalhos a tempo inteiro e que têm de dedicar o seu tempo livre ao festival. Este é o principal desafio que enfrentamos.
Outros desafios existem que são também comuns a outros festivais, como a necessidade de angariação de fundos e patrocínios, sem os quais não seria possível ter preço de bilhetes tão baixo para o cartaz que apresentamos nem a possibilidade de continuar a doar receita de bilheteira a causas sociais.
Irreversível – O que é irreversível?
ACLL – Nós esperamos que seja irreversível todo o carinho, amor e entusiasmo que as pessoas sentem quando vêm ao Party. Sleep. Repeat. . Pelo festival, pela causa e pela memória do Luís.
À semelhança das edições anteriores, as receitas da bilheteira revertem para causas sociais. A primeira fase de bilhetes a 15€ esgotou em pouco mais de uma semana, mas já estão disponíveis online os bilhetes da segunda fase a 20€. Até 22 de abril, a bilheteira online é o único canal de venda, sendo que no dia do evento, os bilhetes serão vendidos a 30€, apenas à porta, a partir das 14h, caso não esgotem até lá.
*foto de capa © António “Kili” Loureiro
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