A curta-metragem “The Burning Giraffe“, de Tiago Quelhas, aborda temas críticos como saúde mental e exaustão profissional.
“The Burning Giraffe”, escrito e realizado por Tiago Quelhas, procura expor e sensibilizar para temas que, apesar de em muito fazerem parte da nossa atualidade e dia-a-dia, ainda são desvalorizados e relativizados, como a saúde mental, a pressão laboral, burn out e exaustão profissional. A complexidade das relações humanas e da percepção da realidade criam pontos de tensão, numa história que desafia o pensamento consciente e o traz à reflexão.
A curta estreou a 17 de Julho no âmbito do fecho de ano lectivo da Restart, recebeu um Laurell da seleção oficial de filmes do festival 3 in 1 Film Fest que decorreu recentemente, assim como estará presente em futuros festivais de cinema ainda a anunciar.
A girafa em chamas, ao fundo, é um símbolo do absurdo da existência humana.
Tiago Quelhas
Nota do Realizador:
“As situações de precariedade encapotada são tão perigosas na sociedade como a precariedade visível. A pressão para resultados frequentemente usa uma máscara de integridade e sucesso profissional que só é exposta quando todos os limites já foram ultrapassados.
É fundamental entender que a pressão exagerada e ameaçadora, para além de não surtir o efeito desejado, acaba por conduzir ao extremo oposto, um esforço tão intenso que resulta num decréscimo do rendimento do trabalhador, ou a total ausência dele, em situações limite. “The Burning Giraffe” alerta para a importância da manutenção da saúde mental, para as consequências e necessidades: trazer mais humanidade ao empregador. Também o entendimento e suporte das pessoas chegadas, colegas de rabalho, familiares, amigos, assume um papel de destaque fulcral para um momento de consciencialização da realidade.
Vai buscar o seu nome à obra homónima de Salvador Dali, “The Burning Giraffe”, onde duas figuras femininas caminham sonâmbulas. Com gavetas no corpo e muletas que saem dele, vagueiam num cenário onde arde uma girafa ao fundo. As gavetas sugerem que o que está escondido na mente humana pode ser tornado acessível e visível e, as muletas que sustentam as figuras, que só com este recurso elas se conseguem manter de pé. Esta representação alegórica fala das regiões inconscientes e inacessíveis do ser, que não podem ser controladas pela razão mas ditam as nossas vidas.
A girafa em chamas, ao fundo, é um símbolo do absurdo da existência humana.”
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