“Laminar Flow é uma epopeia espacial frenética” | Entrevista, Novo Disco & Tour de GATOR, THE ALLIGATOR

Os Gator, The Alligator editam, a 15 de Março, o seu 3º disco de originais “Laminar Flow“, gravado na Arda Recorders, fechando assim a trilogia.
A Irreversível antecipa o lançamento e a tour de apresentação de “Laminar Flow” com uma entrevista à banda de Barcelos.

O nosso som é o reflexo daquilo que somos, do que gostamos, do que sentimos.

Irreversível – Olá pessoal, obrigado pela disponibilidade para esta entrevista! O vosso último gig a que assisti, em Braga no Café-Concerto RUM by Mavy, foi uma valente festa e mostraram uns Gator em óptima forma. Quem vos acompanha desde o início nota uma grande evolução da banda em palco… e agora este novo lançamento é apresentado como derradeiro disco de Gator. Porquê?
Gator, The Alligator – Este é o álbum que marca o final da história do Gator. Uma trilogia que temos vindo a trabalhar desde o final de 2017, nos permitiu definir aquilo que é o nosso som e que nos caracteriza enquanto banda. Abriu-nos espaço para explorar narrativas sonoras e visuais que acabam por nos fazer crescer enquanto artistas, e que culminam neste disco. Sendo este o momento final do Gator, trabalhamos o álbum de forma trazer um sentimento maior e mais épico aquilo que é o nosso som, tornando-o assim o nosso disco mais completo até ao momento.

Irreversível – Quais as maiores mudanças aconteceram aos Gator desde a garagem e 1º disco, até este “Laminar Flow“?
Gator – As maiores mudanças que sentimos desde esses primeiros passos da garagem, sendo que continuamos a ser essa mesma banda de garagem, foram as abordagens e o rigor que sempre tivemos, e passar a ter cada vez mais pressão, fruto da evolução e crescimento da banda ao longo do tempo. Impomos a nós próprios essa pressão, porque queremos sempre proporcionar o melhor espetáculo a quem nos quer ver. Essa vontade de ser cada vez melhor faz-nos trabalhar mais e procurar cada vez mais fazer crescer o projeto, quer em termos de criação, quer em termos de projeção.

Irreversível – Como é o vosso processo criativo e qual a importância dos palcos nesse processo?
Gator – O nosso processo criativo varia sempre consoante o álbum/projeto que tivermos em mãos no momento. Para esta trilogia, a característica mais comum entre álbuns, em termos de processo, foi conseguir criar uma narrativa que se interliga entre discos e consiga, de certa forma, contar a história do Gator e ser relatable o suficiente para cada música conseguir criar ligação com os ouvintes. Essa ligação sente-se quando estamos no palco.

Irreversível – Quais as expectativas para a tour de apresentação deste “Laminar Flow“?
Gator – As expectativas para a tour de lançamento do novo álbum são boas. É bom voltar à estrada! Ter oportunidade de rever amigos e conhecer pessoas novas. Queremos mostrar as nossas novas músicas ao vivo e contamos com todos os que nos queiram acompanhar para fazer a festa connosco!

Irreversível – Quais são as vossas fontes de inspiração?
Gator – As nossas maiores fontes de inspiração acabam por ser as nossas experiências do dia-a-dia e a nossa vida. Retiramos a inspiração de todos os campos da arte e transportamos isso para a nossa música. Tudo aquilo que nos influencia enquanto pessoas passa para a mesa quando estamos a criar. O nosso som é o reflexo daquilo que somos, do que gostamos, do que sentimos.

Irreversível – Pessoalmente detesto rotular bandas, é quase sempre limitativo, mas por vezes é necessário fazê-lo. Se tivessem de explicar o tipo de som que fazem, como o descreveriam?
Gator – O Laminar Flow é uma epopeia espacial frenética, sentida e com peso sobre um Jacaré que está perdido numa bolha chata, que é o seu universo.

Irreversível – O que é Irreversível?
Gator – Para o Gator a única coisa irreversível é a morte. Ele vai lutar até corrigir todos os erros que cometeu ao longo do caminho até este final, só assim ele se tornará melhor. “Laminar Flow” representa a calma e a realização pessoal que a luta por ser algo mais, algo melhor, lhe vai trazer. Por muito mal que a vida chata esteja, nada é irreversível, e o Gator sabe isso. Só a morte.