Os nacionais Travo andaram em tour por essa Europa.
“Astromorph God”, o mais recente Longa-Duração de Travo, apresentado na 1ª edição d` “Uma Noite Irreversível“, foi lançado no final de 2023, a 17 de Novembro. Depois de uma série de datas de apresentação, 2024 trouxe uma tour europeia com destaque para as passagens pelo FOCUS Wales, no País de Gales, e pelo Sonic Whip, nos Países Baixos.
Conseguimos apanhar a banda bracarense após esta experiência, para uma pequena entrevista onde nos contam as vivências e incidências da tour.
Fotos: Travo @ Focus Wales © Laurianne Conesa
Ainda há muitas coisas que estamos a processar, mas houve definitivamente mudanças.
Travo
Irreversível / Francisco Barros – Olá malta, obrigado pela disponibilidade para esta entrevista. É um prazer enorme para mim, e para a Irreversível, poder estar à conversa com vocês, afinal os Travo ficam para sempre na história da Magazine, tendo feito parte da 1ª “Uma Noite Irreversível”. Esse concerto teve alguma marca especial em vocês? Podemos repetir?
Travo – Olá Francisco! É também sempre um prazer conversar contigo. Para nós é um orgulho ficar na história da Irreversível. Foi um daqueles concertos que fazem valer a pena, suadinho, casa cheia, rodeados de amigos. Não só podemos, como devemos repetir!
Irreversível – Finda a vossa 1ª tour europeia, alguma coisa mudou nos Travo? E, como evoluiu o vosso set desde o 1° ao último dia da tour?
Travo – Ainda há muitas coisas que estamos a processar, mas houve definitivamente mudanças. Desde portas que se abriram para continuarmos a tocar lá fora e em boas condições, à coesão musical da banda que aumentou bastante nesta tour. O set em si foi quase sempre o mesmo, mas no último dia da tour já estava completamente automatizado, com uns BPMs a mais e o nosso à vontade em palco era outro também.
Irreversível – Tendo sido esta tour predominantemente ao estilo tradicional, onde viajaram de carrinha e com todo o vosso material a partir e de volta a Portugal, que importância teve para os Travo a passagem por um showcase festival como o FOCUS Wales?
Travo – Curiosamente esse concerto no FOCUS Wales foi o único em que não nos deslocamos de carrinha, pois tivemos de apanhar um voo da Bélgica para Manchester e depois um táxi até Wrexham no País de Gales. Íamos com poucas expectativas para este concerto. Tocamos num pequeno lounge num Hotel que acabou por ficar bem composto no nosso concerto, maioritariamente por agentes da indústria musical, como é hábito em festivais de showcase.
O concerto foi um sucesso. No fim trocamos contactos com muitos destes agentes e, entretanto, já se fecharam algumas datas que nunca imaginaríamos que seriam possíveis nesta fase e outras estão para fechar. Podem, portanto, esperar novidades sobre mais datas por essa Europa fora (e não só). Acabou, ao que tudo indica, por ser o concerto mais importante ao nível de networking e de novas oportunidades e por superar as nossas expectativas.
Irreversível – Apesar da diversidade de salas e público, como descrevem e o que retiram da experiência que tiveram no festival Sonic Whip, na Holanda?
Travo – Primeiro algum contexto sobre este fim de semana entre o País de Gales e os Países Baixos. Voamos para Manchester na sexta-feira onde chegamos por volta das 13h. Viajamos uma hora de táxi para Wrexham, chegamos às 14h e acabamos por tocar às 18h. Duas horas depois do concerto terminar, apanhamos outro táxi de uma hora para voltar para Manchester, onde pernoitamos das 22h às 4h da manhã de sábado. Às 6 da manhã estávamos já no avião que nos levaria a Charleroi na Bélgica, onde chegamos por volta das 9h da manhã. De seguida, 3 horas de viagem de carrinha até Nijmegen nos Países Baixos, onde decorria o festival. Tocamos às 4:20h (risos) da tarde e, por isso, pouco tempo tivemos entre chegar e tocar. Tudo isto depois de uma semana com concertos todos os dias.
Começamos a sentir o cansaço acumulado, mas a verdade é que mal chegamos à venue e vimos o palco onde iríamos tocar, as pilhas recarregaram logo. Nunca tínhamos tocado num festival com uma produção de excelência como este. Foi de longe o melhor dia da tour e o melhor concerto que já demos. Sentimos que estávamos a tocar para o nosso público e não há palavras para descrever estes momentos. Tocamos para uma sala cheia e o feedback foi muito positivo. Fizemos muitos amigos, desde membros da produção até malta de outras bandas, como os Dhidalah do Japão ou os Skyjoggers da Finlândia.
Em suma, foi uma experiência muito difícil de superar e de certeza que um dia voltaremos.
Fotos: Travo @ Sonic Whip © João Machado / headliner
Irreversível – … e como foi a experiência de andar em tour 24/24 todos juntos numa carrinha? Continuam todos amigos? (risos)
Travo – Foi tranquilo. Chega uma altura mais para o fim da tour em que o cansaço já se sente um bocado, mas estávamos todos focados em que tudo corresse bem e isso ajudou.
Continuamos todos amigos, claro!
Irreversível – Notaram muitas diferenças entre os públicos por essa Europa? Nomeadamente entre aquilo que acontece em Portugal?
Travo – Em todos os concertos sentimos o público a vibrar connosco e houve sempre essa conexão felizmente. Em Portugal por vezes apanhamos públicos mais tímidos, mas depende muito do contexto do concerto. A grande diferença que sentimos é que a malta compra mais merch lá fora, o que é normal dado o maior poder de compra. Um público que se destacou foi o do Sonic Whip. Pessoas muito apaixonadas pela música e com vontade de conhecer os artistas.
Irreversível – Quais são as vossas fontes de inspiração?
Travo – As vivências do dia-a-dia, tentar não ficar preso em rotinas, e procurar inspiração para além da música.
Irreversível – Quais as próximas datas de Travo?
Travo – Os que podemos anunciar para já:
20 Julho – Woodrock Festival (artigo Irreversível), na Figueira da Foz.
2 Agosto – Krach am Bach Festival, na Alemanha.
Irreversível – O que é irreversível?
Travo – Guitarristas chegarem atrasados a ensaios.
Foto de capa do artigo:
Travo @ Focus Wales © Laurianne Conesa