Uma espécie de alquimia, fusão de música e palavra, degustação simbiótica. Pairam questões e flutuam reflexões. Tudo excessivamente degustado sem contra-indicações, como um pós-ébrio, daqueles com Bocas Que Sabem a Papéis de Música.

Bocas Que Sabem a Papéis de Música (176)
Ser de Bom Tempo


Ser de bom tempo é uma expressão idiomática que, no entendimento do BQSAPDM, agrega, simultaneamente, uma ideia curiosa e um pensamento, no mínimo, perturbador.
É uma forma simpática de se dizer a alguém que já está na fila há bastante tempo, tanto tempo que as referências do passado parecem sempre melhores do que as do presente. É como se o “antigamente” fosse um anúncio publicitário de manteiga eternizado, onde tudo era mais barato, as crianças obedeciam e a música não tinha auto tune. Irónico… sem dúvida… parece que até as dores eram “melhores” naquele tempo. Por outro lado, é uma forma de exibição de condescendência e fanfarronice dos que querem desacreditar a ingenuidade originária e que nas suas metáforas mais comuns usam os anjinhos, os meninos, os patos, os ursos ou os camelos, para apelidar e, intencionalmente, depreciar os que, nas palavras deles, se deixam “endrominar”.
Aos primeiros o BQSAPDM diria que “são mais as vozes que as nozes”, que é preciso abandonar as nostalgias dos “anos dourados”, que o que lá vai, lá vai. Aos segundos, apenas para irem chatear o Camões!


Autoria, Locução & Realização
Lady Jane Doe & Retroneofora

Jingle:
Jorge da Rocha (Música) & Peter de Cuyper (Locução)

Produção
O Mau Produtor