Uma espécie de alquimia, fusão de música e palavra, degustação simbiótica. Pairam questões e flutuam reflexões. Tudo excessivamente degustado sem contra-indicações, como um pós-ébrio, daqueles com Bocas Que Sabem a Papéis de Música.
Bocas Que Sabem a Papéis de Música (177)
Em Contraciclo
Haveria tanto para catalogar como estando “Em Contraciclo” que, no final da auditoria, o mais certo é que um outro tanto ficasse por inventariar. Um desses intermináveis temas, desses que dão pano para mangas. Inesgotáveis e intemporais, transladam peças da engrenagem de um lado para o outro, numa lógica que não se desvela porque, no contraciclo, a ideia de tempo é ainda mais um produto subliminar de ilusionismo, concebido e nutrido liminarmente na procura de algum equilíbrio.
De um estado em contraciclo pode depender a sobrevivência a estados em absurdo, com uma chuva intensa de bigornas a cair sob a cabeça… pesadas construções de paradoxos, de insuflares de carácter, inverosímeis e desconexos da realidade. Nem há moralidade, nem há quem tenha comido e gostado. Num estado em contraciclo engolem-se uns sapos insignificantes quando comparados com a dignidade que se consegue preservar e encontra-se a entrada secreta para o outro lado do ciclo. Valham-nos os bons ciclos dos outros para enfrentar os maus ciclos. E vice-versa…
Autoria, Locução & Realização:
Lady Jane Doe & Retroneofora
Jingle:
Jorge da Rocha (Música) & Peter de Cuyper (Locução)
Produção:
O Mau Produtor